O Dossier de Imprensa, espaço de opinião livre que muitos dizem não ver, até inspira homílias do padre, 'promovido' a cónego, da Sé. Mais, levou-o a exibir alegadas 'contas' - coisa rara na Igreja, mas que devia fazer escola - da ajuda aos pobres. Contudo, pelo que ouvi, no caso em apreço, a caridade cingiu-se à entrega de valores monetários para resolver questões pontuais. O que para mim nada resolve se é que se quer combater honestamente a pobreza. Dar esmola a quem precisa não é a solução. Vejam o que fazem muitos dos que recebem o rendimento mínimo...
A Igreja comprometida com os valores não se pode entreter com homílias em torno dos pobres, nem com os cêntimos que até podem matar a fome. Tem de dar o exemplo, deve agir, ser alternativa e incomodar permanentemente os poderes. De preferência, com verdade. Aliás, para que a reacção à minha opinião fosse justa, importava que Manuel Martins não perdesse a lucidez. O que eu disse é que quem vai à Sé tem de apoiar quem precisa, que o dinheiro das caixas de esmolas ou do ofertório pode ir para uma causa social, que parte do estipêndio das missas pode ajudar a devolver a dignidade humana a quem a perdeu e que não conheço nenhum movimento eclesial ou laical ligado à Sé que olhe de forma sistemática e organizada pelos seus pobres.
Infelizmente, a homília recadenta de ontem comprovou muitos dos meu receios.
3 comentários:
Se o senhor Cónego "recadou" na homilia é bom sinal.
Esta manhã encontrei, em plena baixa do Funchal, o senhor Coelho que diz que é director de um jornal e até ficou com bolas de espuma nos cantos da boca, esbaforido,com o facto de não ter sido convidado para integrar o painel do dossier de imprensa. Acha este arauto das liberdades que o programa só será democratico quando ele estiver lá.... esta terra (que é a minha ) tem cá com cada democrata..... CORAGEM!
Olá Roquelino. A participação deve ser tão extensiva e plural quanto possível, sobretudo quando estamos em presença de um serviço público de televisão.
Para quem convida gente do JM, não seria demais fazê-lo com o senhor Coelho. Uma questão de eventual justiça, porque se é possível alargar a representatividade, porque não fazê-lo?
Agora tratá-lo dessa maneira não fica bem, com a ironia e desprezo do "diz que é director de um jornal". Até parece que tem algo contra a pessoa.
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