segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Os parentes de Cavaco

Caíram na lama os parentes do Presidente Cavaco.
A contragosto lá teve de promulgar uma revisão do Estatuto Político Administrativo dos Açores que prevê uma tramitação especifica em caso de dissolução da Assembleia Legislativa dos Açores. Não tem interesse nenhum a razão da polémica que Cavaco veio levantar. O que se passa é que se se verificarem condições para ser dissolvido o parlamento açoreano [ coisa que não se vislumbra porque Carlos César acaba de ser reeleito com mais uma maioria absoluta] o PR tem de ouvir para além do conselho de estado e os partidos politicos, o governo açoreano e os partidos representados no parlamento insular.
Cavaco que está longe de ser um autonomista ainda está com engulhos e até disse que a qualidade da democracia ficou ameaçada.
É de rir ou de chorar?

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O paradoxo

Os meus filhos perguntaram-me pela magia de uma noite muitas vezes falada, a do mercado. Evitei respostas. Levei-os a cantar ao Menino. Em boa hora, apesar da chuva. Fez-me bem sentir o entusiasmo que a Festa dos valores cantados lhes despertou. Foram 23 melodias a embalar uma estreia que deixou marcas. A principal, a da satisfação.
No regresso a casa, talvez o mais sereno dos últimos anos, dei de caras com dois conhecidos de infância. Estavam perdidos. Não pela emoção que a Festa desperta. Pela droga. O mais atabalhoado deixava cair a seringa do bolso do casaco. O outro fingia que alucinação era da noite.
O paradoxo da noite de 23 trouxe-me à memória a cantiga em que cada um leva ao Menino o que tem de melhor, pedindo-lhe desculpa pela insignificância.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

" Marco Bellini "- a riqueza do molho ou a pasta?

Não há muito tempo corria nas televisões um "delicioso" anuncio sobre uma especialidade culinária, no qual uma familia italiana se questionava sobre o que dava o toque final de mestria. Um dos filhos, teimava que era a riqueza do molho, o outro; a pasta, ou seja a qualidade da massa. "Di-lhe mama", pedia um e a matriarca respondia : " Marco Bellini é que sabe..." Marco Bellini era o nome do fabricante da matéria prima, no caso o esparguete.
Lembrei-me deste anúncio e do esquema desta mensagem publicitária ao constatar que também Olivier Blanchard, chefão do FMI vem agora defender, em entrevista ao Le Monde, que é importante alguma expansão orçamental e o lançamento de um programa de obras públicas. Tal como defende Barack Obama para a América e em certa medida José Socrates para Portugal com a decisão de proceder a obras em varias escolas. É afinal uma terapêutica imediata, remédio caseiro para evitar uma crise economica de grandes proporções.
Então, dirão uns de sorriso rasgado, de orelha a orelha, que a política do betão tem vantagens. Claro que tem. O problema aqui, nestes nossos cantos, Portugal e ilhas adjacentes são os esquemas semi mafiosos que orientam concursos publicos e opções de investimento, coisa que só se resolve com mecanismos de controlo potentes e olhares atentos dos cidadãos. Não
nos podemos acomodar e pensar que essas coisas são para os outros, os entendidos, os eleitos. É mentira. Veja-se o que fizeram iminentes banqueiros, economistas, gurus e referencias morais....deram com os burros na água, mas antes encheram-se de dinheiro, do nosso dinheiro.
Agora que a coisa está negra é o que se sabe e do saco dos nossos impostos vão lá buscar para socializar os prejuízos, invocando consequências de maior.
Olho portanto nos concursos públicos, olho no preço."Marco Belllini é que sabe" mas nós é que pagamos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Filho és. Pai serás!?

Apesar de não haver dossier de imprensa esta semana dei por mim a vasculhar a imprensa à procura de dicas.
As noticias ficam marcadas pela cadência do tempo que vivemos, mas encontrei um interessante artigo de opinião na Revista Visão de Natal, saida hoje mas com a data de quinta-feira. É assinada pelo José Luis Peixoto, uma das mais notáveis promessas das letras nacionais. O título chamou-me a atenção. "Esta Juventude de hoje em dia". Não sei se o autor sabe que esta expressão atravessa gerações. Fartei-me de ouvir a expressão dos maduros do meu tempo de jovem, verde, inexperiente, logo de pouca valia.
O José Luís P. escreve magistralmente e observa melhor ainda.... mas, será que sabe disto?
Que também a geração que ele acusa de formatar mal o conteudo que ele(s) é ( são) foi igualmente acusada da mesma desplicência?

Aconselho no entanto a leitura do artigo. Vem na página 12. Não sei se é possível lê-lo atraves da Net, de qualquer forma a revista não é cara e os jornalistas precisam de salário. :)
Bom Natal e Boas Leituras!

sábado, 20 de dezembro de 2008

A revolta

Manuel Maria Carrilho recupera na edição de hoje do DN alguns textos recentemente publicados sobre as relações do jornalismo com a política. Lembra que César das Neves lamentou que a imprensa tenha tão pouca informação e tanta intriga, e que seja tão intensamente opinativa como politicamente equívoca. Que Pacheco Pereira descreveu diversas formas do actual condicionamento do jornalismo. Que Cintra Torres apontou o cada vez mais perverso papel das agências de comunicação no descrédito da democracia.
Carrilho reflecte sobre o jornalismo sugerindo passos incontornáveis para combater a opacidade mediática e para que o jornalismo possa reconquistar a credibilidade perdida. Para ler em http://dn.sapo.pt/2008/12/20/opiniao/o_biombo.html
O que estará a motivar tanta revolta? Há denominadores comuns nos protestos contra os jornalistas?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Dossier de 18 de Dezembro - ON LINE



http://tv1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=20061&idpod=20315&formato=wmv&pag=recentes&escolha

se não der opte por ir ao site www.rtp.pt
depois em multimédia, escreva dossier de impensa em programas tv e clique

Bom visionamento

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Sapato é uma arma!

Ainda se fala daquela cena do jornalista iraquiano a atirar sapatos a Bush, numa conferência de imprensa em Bagdade.
Não tenho dúvidas, vai marcar o mandato e ficar para a História!
Sempre que a vejo não consigo evitar um sorriso. No mínimo.
Apreciei também a boa forma física do presidente norte-americano e, acima de tudo sou obrigado a elogiar-lhe o fabuloso sentido de humor ( e, tenho para mim que só os seres inteligentes têm sentido de humor). Não é que, para além de desviar-se lindamente dos sapatorros do iraquiano ainda foi dizendo com aquela carinha de gozo que o número não lhe servia....Se a moda pega.... Ui!
Aqui pela nossa Região quantas vezes já não apeteceu atirar um sapato. Nos dois sentidos das salas de imprensa. Coisa singela que não ofende sobretudo quando podemos dizer como Bush;"o seu número não me serve !" eheheheheh

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

E outro, em tons 'cor-de-rosa'

Mais um sinal dos tempos que acabo de ler na Lusa. O 'glamour' dos grandes eventos sociais, casamentos, caçadas e espectáculos tauromáquicos, que se realizam no Alto Alentejo, ganharam outra dimensão desde que estão nas bancas da região duas revistas de cariz 'cor-de-rosa'. Talhadas para traçar o sucesso e para reportar o que de melhor se passa na região, as revistas 'InAlentejo' e 'NortAlentejo' são verdadeiros sucessos de vendas à escala regional.
"A InAlentejo é uma aposta ganha, apesar do contexto económico em que vivemos e do baixo nível populacional que possuímos", considera João Alves e Almeida, director da revista social. Este género de publicações, segundo o responsável, atinge o sucesso porque "existe também gente gira fora dos grandes centros e as revistas nacionais da especialidade não exploram essa parte".

Mais um sinal

"O Público assume-se como uma empresa de informação global. Não exclui nada, inclusive a produção de vídeo”, afirma José Manuel Fernandes ao Meios e Publicidade. O director do diário da Sonaecom quer “acelerar o processo de integração” das redacções online e da edição em papel, depois de algumas “integrações parciais” já ocorridas na organização da redacção do jornal.
“O caminho é grandee tem de ser percorrido mais depressa”, considera o responsável. “A redacção está orientada para produzir um jornal diário em papel”, diz, considerando que o desafio que se coloca, numa altura em que “o mundo dos jornais está a mudar, e quando temos mais leitores no online do que na edição em papel”, é acompanhar essa mudança.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Multimédia

Um especialista espanhol em jornalismo, Ramón Salaverría veio a Portugal abrir algumas mentes, resistentes ao multimédia.
O professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, Espanha, e subdirector do departamento de projectos jornalísticos deixou claro que o jornalista terá de ser abrangente. "No futuro, todos terão que ser repórteres audiovisuais, editores audiovisuais e editores de locução e áudio", disse.
Ramón Salaverría considerou ainda que, futuramente, "o importante deixará de ser o órgão de comunicação em si mas a marca" e passará o "conteúdo a valer mais do que o suporte". Para que seja atingido o modelo "multimédia" nos órgãos de comunicação social, disse, "será necessário passar de um modelo de subordinação editorial para um modelo de coordenação". "Passar da improvisação para a planificação", assim como "passar da redundância editorial actual para a complementaridade" são também fundamentais.
O especialista sustentou ainda que, para que tudo isto seja alcançado, as escolas de jornalismo têm de assumir um desafio: "deixar de ensinar destrezas profissionais de acordo com a lógica tradicional dos diferentes órgãos de comunicação social". "O jornalista tem como missão informar e não apenas escrever e isso deve ser entendido nas escolas", para que o profissional possa estar apto a cumprir o seu trabalho independentemente do suporte para o qual vai trabalhar. (citações retiradas da LUSA)
Posto isto, depois não digam que não sabem, ou que vão ver!!!

ON LINE - Dossier do dia 11 Dez.08

Já está online a ultima edição do dossiê!
http://tv1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=20061&idpod=20058&formato=wmv&pag=recentes&escolha=

Tratado de Lisboa - outra vez

"No Outono de 2009, os irlandeses vão referendar, pela segunda vez, o Tratado de Lisboa. O acordo dos chefes de Estado e de Governo da UE foi, esta quinta-feira , alcançado."
E se voltarem a dizer que não querem o dito tratado voltarão a ser incomodados?
Custa-me a entender algumas nuances deste instituto do referendo e destes líderes europeus. Ou será que a tal modinha de querer formatar tudo à medida já chegou lá?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Fó ró bó dó

É meio dia e 19 minutos... O parlamento da Madeira está ao rubro.
Alberto João Jardim no seu melhor. Vê-se na cara uma felicidade de palhaço que levanta plateias. Até os mais façanhudos da oposição já se riram... .Também já me ri mas acho que isto é para chorar... porque ao contrário do que possa parecer isto era suposto ser um momento sério. pergunto: em que televisão do mundo é que isto se passa. Ou ainda, onde é possível ter isto de borla a esta hora.... Valha-me Deus Nosso Senhor!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Xarope por favor!

Isabel Stilwell, directora do jornal gratuito DESTAK, descobriu um dia destes um interessante estudo que revela que há chefes que fazem mais mal à saúde que o sal, a nicotina, a gordura no sangue, etc... etc...
Parece que a cura para este mal só de xarope mas ainda está para inventar.
Até lá, quem tem disso terá de aguentar com o que lhe caiu na rifa. (ehehehehe)

http://www.destak.pt/artigos.php?art=16687

NOTA: procurei na web o trabalho original mas só me sai o editorial da Isabel S.. Já agora se alguém descobir que deixe a dica. Desde já Agradecido.

As emoções na informação

"O privado e o emocional devem estar presentes no discurso jornalístico. E por isso mesmo também acho que a ética e a deontologia devem estar muito presentes no trabalho dos jornalistas. Há assuntos que não podem ser mediatizados sem nos socorrermos de dimensões do espaço privado ou das emoções dos envolvidos, sob pena de não explicarmos o que se passa. O cuidado com o que se pergunta terá é de ser muito maior. Nem tudo é permitido mostrar ou perguntar". Quem é o diz é Felisbela Lopes, autora do livro 'A TV do Real', em entrevista no 'Público', onde explica a necessidade de desconstrução do jornalismo televisivo.
Para ler na íntegra em http://jornal.publico.clix.pt/main.asp?dt=20081209&page=8&c=C

domingo, 7 de dezembro de 2008

Canarias não é uma Nacão mas é um País!

Canárias deve manter relações bilaterais com o Estado espanhol e com a Europa, defende Paulino Rivero, presidente (há 15 anos) do Governo das Canárias. Respiguei estas ideias de uma entrevista que o político insular concedeu ao " El Mundo", edição de hoje, domingo 7 de Dezembro de 2008. O endereço electrónico do jornal é http://www.elmundo.es/. Julgo que o trabalho deve estar on line. Na edição impressa vem na página 16, depois de uma interessante cobertura do aniversário da Constituição Espanhola. Por óbvias semelhanças com o País e com a Comunidade Autónoma, achei interessante dar conta deste facto.... A razão destes princípios reside numa realidade comum à Madeira, a especificidade insular acrescida desse grande factor que é a ultraperificidade.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Pobres gerações

O Ministério da Educação desmentiu esta sexta-feira as declarações do secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, que afirmou que Maria de Lurdes Rodrigues estaria disposta a «suspender» o actual modelo de avaliação de desempenho.

Quando é que professores, governo e sindicatos vão finalmente centrar a escola no aluno? Sindicatos e governo esgrimem-se com astúcia, com cada um a bramir a verdade absoluta do alto das suas convicções. Falm de tudo, menos do fundamental: os alunos. Pobres gerações. Volta Eça, estais perdoado.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

As mudanças na tribo

Lê-se no 'Público' de hoje: O número de jornalistas em Portugal multiplicou-se por seis desde meados dos anos 80. A velha tribo que aprendeu a profissão "na tarimba" deu lugar a redacções com horários de trabalho e vida lá fora para lá do jornalismo, mas as preocupações com o que será o futuro do profissão estão cada vez mais vivas.
E sobre o futuro, que é por ele que vamos, há umas boas teses no texto da Inês Sequeira. Esta sobressai. "Os autores dos blogues concorrem com os profissionais ao dar notícias antes na área das interpretações dos factos e denunciando erros cometidos por jornalistas". Segundo Adelino Gomes, "a blogosfera veio questionar o papel central que ocupava o jornalismo no espaço público". Mas quem é que tem medo da intervenção dos cidadãos no espaço mediático?

Não há necessidade!

Não havia necessidade de repetir este numero. Refiro-me ao que se passou no parlamento com a eleição frustrada do vice-presidente apontado pelo maior partido da oposição. A crítica vai toda para o PSD.... nem sequer conto com o MPT. João Isidoro por quem já nutri algum respeito é um caso perdido como tantos outros que deviam deixar a politica. Ha´gente que não anda nem deixa andar...por favor vão para casa. Façam alguma coisa de bom no resto das vossas carreiras... Precisamos de gente sã. Sem vícios, sem manhas. DISPONIVEIS.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A Autonomia é de todos

Porque a Autonomia é de todos e não das maiorias que governam acho que foi muito bem feito a aprovação de um pedido de inconstitrucionalidade à lei que prevê a nacionalização do BPN.
Há muito tempo que andam a fazer orelhas mocas do preceito que manda ouvir os orgãos de governo próprio das Regiões Autónomas. Não pode ser!
Não há martires mas os 30 anos de autonomia custaram os olhos da cara a muita gente... Foram mais que muitas as cedências e condescendências, os sacrifícios... Agora ou se age ou tudo isto vira um fiasco.
Não podemos deixar morrer a AUTONOMIA POLITICA da Madeira.

(Pela mesma razão de fundo, o meu aplauso para a decisão dos socialistas de manter tal e qual como estava a proposta de novo ESTATUTO POLITICO ADMINISTRATIVO DOS AÇORES, ou seja, orelhas de mercador aos lamentos e receios expressos pelo Presidente Cavaco Silva.)


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Feira das Vontades

Chama-se Feira das Vontades. Funcionou de sexta-feira a domingo passado, no Jardim Municipal. É um acontecimento anual expressivo do grau de voluntariado madeirense. Regra geral, vende os trabalhos feitos pelos utentes das várias instituições. Este ano, as vendas foram um fracasso. O produto das vendas é receita das associações. Havia desânimo da parte dos voluntários. O curioso é que em dois dias a trabalhar para os pobres e carenciados desta Região, nem um voluntário do Governo passou por lá.

A imagem dos media

"A nossa imprensa traz pouca informação. Muita análise, intriga, provocação, boato, emoção, combate, mas pouca informação. O público não quer jornalismo, quer entretenimento. Para ter sucesso o repórter precisa de ter graça, ser espirituoso, ver o aspecto insólito. Assume uma atitude de suposta cumplicidade com o leitor, ouvinte ou espectador desmontando para gáudio mútuo o ridículo que achou que devia reportar. Antecipa no relato o que assume ser o veredicto popular, condenando ou absolvendo aqueles que devia apenas retratar".
Quem o diz é João César das Neves no 'DN'. O texto de opinião está disponível em http://dn.sapo.pt/2008/12/01/opiniao/a_imagem_mediatica_media.html