O Presidente da República, Cavaco Silva, aproveitou o 25 de Abril para apelar à participação activa dos cidadãos nas eleições deste ano, pedindo aos agentes políticos para apresentarem propostas com realismo, autenticidade e sem ilusões, num debate centrado nos grandes problemas do país.
"Aquilo que se promete deverá ter em conta a realidade que vivemos no presente e em que iremos viver no futuro. Dizer que essa realidade será fácil será faltar à verdade aos portugueses. Quem prometer aquilo que objectivamente não poderá cumprir estará a iludir os portugueses", afirmou.
Outro recado: advogou campanhas eleitorais "esclarecedoras" e "serenas", com "sobriedade nas despesas" e sem gastos em acções de propaganda demasiado dispendiosas, com os jornalistas a dever informar "objectiva e imparcialmente" sobre as propostas das forças políticas.
Aos políticos, o Presidente da República pediu para que "saibam dar o exemplo", concentrando-se num debate sobre a "resolução dos grandes problemas que o país enfrenta", com propostas com "realismo e autenticidade".
Para quem anda entretido com o folclore político, o Presidente alerta: o que deve marcar a agenda política é o emprego, a segurança, a justiça, a saúde, a educação, a protecção social e o combate à corrupção. Uma no cravo. Outra na ferradura: Cavaco Silva deixou também uma palavra aos críticos da classe política, defendendo que não se deve, sobretudo nesta fase, "alimentar um discurso de crítica sistemática à classe política, nem ceder aos populismos fáceis e contestação do sistema sem apresentação de alternativas consistentes". "Quem critica deve participar. É cómodo ficar de fora e culpabilizar os agentes políticos ou agentes económicos. Difícil é fazer um esforço de empenhamento activo na vida cívica", declarou.
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